quarta-feira, 29 de junho de 2011

Busca

Meus olhos ardem. Estou com sono e não consigo dormir.
Perambulo por meus pensamentos buscando algo sobre o que escrever, algo que seja meu, que saia de dentro de mim.
Penso em muitas coisas, sinto-as passarem diante de meus olhos e mexerem comigo, despertarem lembranças, saudade e raiva.
Começo a escrever e imediatamente paro. Sinto - me covarde, pois naquele momento havia descoberto em  mim o medo de que os outros pudessem deduzir o que estou sentindo, mas como falar sobre sentimentos sem expô-los? Arrependo - me de não ter feito anonimamente este blog; arrependo - me também de já ter falado tanto de mim aqui. Sinto vergonha.
Porque não fingir? Assim como Fernando Pessoa fingia sentimentos e dor, brincar de ser outra pessoa e assim nunca saberão o que sinto verdadeiramente. Porém, não vejo em mim tal capacidade para fugir de mim, não me ser, guardar - me dentro de mim pra dar lugar a criação de uma mentira.
E então desisto. E deixo gravado aqui minha busca  que quem sabe não é onde devo chegar.

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